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Atricon e TCE-AC iniciam projeto que utiliza inteligência artificial para prever desmatamento

11 de setembro de 2025

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Atricon e TCE-AC iniciam projeto que utiliza inteligência artificial para prever desmatamento

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O Tribunal de Contas do Estado do Acre (TCE-AC), com apoio da Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon), deu início a um projeto piloto que utiliza inteligência artificial para identificar potenciais áreas de desmatamento antes que o dano ambiental se concretize.

A iniciativa faz parte do Projeto Nacional de Meio Ambiente da Atricon, coordenado pelo conselheiro Ronald Polanco (TCE-AC), que consiste em realizar prognóstico de desmatamento na Floresta Estadual do Jurupari utilizando a ferramenta PrevisIA, desenvolvida pelo Imazon, com o qual a Atricon possui Acordo de Cooperação Técnica desde maio deste ano.

Contemplada como projeto piloto, a primeira área a ser analisada é a Floresta Estadual do Afluente do Complexo do Seringal Jurupari, localizada entre os municípios de Feijó e Manoel Urbano, no interior do Acre, e poderá ser replicada em outras regiões da Amazônia.

A ferramenta PrevisIA, desenvolvida pelo Imazon, gera prognósticos de desmatamento futuro a partir da análise de estradas oficiais e não-oficiais, além de trilhas abertas na floresta. A tecnologia fornece mapas georreferenciadosque podem subsidiar órgãos de controle na tomada de decisões preventivas.

Segundo a auditora Dirlei Bersch, assessora da Secretaria Geral da Presidência do TCE-AC e autora do projeto, o objetivo é antecipar situações de risco e trabalhar no estabelecimento de diretrizes para indução de políticas públicas efetivas para a prevenção de desmatamento e queimadas.

“O PrevisIA faz prognóstico de desmatamento futuro. Ele identifica se determinada linha de entrada é apenas um caminho surgido de forma natural ou uma nova frente de ocupação, permitindo que os órgãos de controle atuem antes do dano acontecer”, explica.

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Criada em 15 de maio de 2017, pelo Decreto nº 6.808, a Floresta Estadual do Jurupari possui 155 mil hectares, o equivalente a mais de 9.100 estádios do Maracanã. A área é dividida em duas partes: 86.582 hectares no município de Feijó e 68.537 hectares em Manoel Urbano. Embora tenha sido estabelecida com objetivo de defesa do solo e dos recursos naturais, a floresta enfrenta pressões constantes de ocupação irregular e queimadas.

O TCE-AC está produzindo um relatório técnico com recomendações de ações preventivas ao governo estadual, como explica a auditora-chefe da 8ª coordenadoria especializada de controle externo (Coecex), Juliana Moreira.

“Nosso trabalho é oferecer informações consistentes que contribuam para o controle externo e a avaliação da efetividade das políticas públicas de meio ambiente capazes de conter o avanço do desmatamento”.

O auditor Jânio Português explica ainda porque a Floresta do Jurupari foi escolhida para o projeto piloto.

“É uma unidade de conservação que tem sofrido forte pressão de ocupação mesmo sendo uma área de uso sustentável e que ainda demanda atenção do poder público para sua criação definitiva”, salienta.

A iniciativa também tem repercussão nacional. Os resultados do projeto piloto são acompanhados pela Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon), com a perspectiva de que a metodologia seja adotada por outros tribunais de contas do país como explica a secretária executiva do Projeto Nacional de Meio Ambiente da Atricon, Auditora Cirleia Soares (TCE-RO).

“A Atricon tem buscado, por meio de projetos temáticos, fortalecer a atuação dos Tribunais de Contas, estruturando parcerias como essa com o Imazon, integrando iniciativas que agreguem às ações de controle externo, proporcionando resultados mais efetivos e contribuindo para o aprimoramento de políticas públicas.”